Texto na íntegra:
"Os corpos vibram como os desarranjos dos copos entre balcões malditos das vielas sujas no coração da boemia brasileira. Do que seria o poeta sem o líquido da fluidez e a erva sagrada?
A lua cresce e mais um cigarro é aceso no poço escuro da consciência como uma chama daquilo que nunca morre. O combustível da subversão é a raiva cotidiana da caretice escancarada dessa sociedade que bebe do sangue tinto que banha os pés fardados de estruturas impostas pela moralidade perdida. Que merda, que se foda o poder dessa gentinha mesquinha.
Perdemos os momentos da existência com os sentidos ocultos nas carências e pressões internas que adquirimos como nossas – o contar de areias do tempo enfraquece o idealismo – tristes almas que vivem sob as nuanças da aceptividade.
O não permitir interno fode a conquista da liberdade.
E a realidade é um reflexo daquilo que acreditamos.
A cada tragada percebo o pulsar que sobe pelas veias da subjetividade, respiro, vivo e concebo a ideia de que essa é uma história de amor. À liberdade dos povos ciganos, com sua alegria e deboche espontâneo. Ao agir que transforma, simplesmente por existir coloridamente sem vergonha de ser quem é, mesmo a despeito de todas as tentativas de censura filosófica.
Este, é um livro sobre o amor à vida.
Selvática."

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